摘要:O presente artigo trata das relações entre o conceito psicanalítico de identificação e a noção de nomeação. Para tanto, inicialmente nos detemos na realização de um breve apanhado sobre os impasses e dificuldades presentes ao tratarmos do tema das identificações em psicanálise. Visitamos tanto alguns textos-chave de Freud quanto a leitura lacaniana, como forma de ampliar nossa discussão e procurar estabelecer uma articulação entre os autores, que não são trabalhados de forma distinta em nosso trabalho. Alguns conceitos e articulações tecidas por Lacan, tais como as identificações imaginárias e simbólicas, a questão do Nome-do-Pai e as discussões sobre o nome próprio são discutidas como forma de salientar a articulação entre identificação e nomeação. Posteriormente nos debruçamos sobre as operações de nomeação e renomeação propostas por Soler no texto Os nomes da identidade. Constatamos que as nomeações se configuram como operações de amarração, onde um determinado significante passa a fazer um tipo de ancoragem para o psiquismo. Vimos que em suas mais variadas formas as nomeações de algum modo marcam o sujeito, o inscrevem de uma determinada forma no simbólico. Da mesma forma que as identificações são constantes e sucessivas, se inscrevendo e reinscrevendo, também as operações de nomeação – em suas múltiplas facetas – se apresentam constantemente, não apenas na afirmação de um nome de batismo, mas em todos os momentos em que somos convocados socialmente a dar conta de algo, quando são interpelados pelo Outro e precisamos fazer frente a nosso desejo.