摘要:Este estudo baseou-se na Teoria das Representações Sociais, buscando apreender o senso comum acerca da depressão pósparto e da experiência materna, elaborado pelas puérperas com sintomatologia depressiva. Trata-se de uma pesquisa descritiva, realizada em um serviço público de saúde da cidade de João Pessoa, na Paraíba. A amostra foi constituída por 20 mães com sintomatologia depressiva, avaliada pela Escala de Edinburgh, instrumento para rastreamento da depressão pós-parto. As participantes submeteram-se a uma entrevista em profundidade, cujos registros, após gravados e transcritos, foram tratados pela Análise de Conteúdo Temático. As mães ancoraram as representações sociais da depressão puerperal nos seus fatores desencadeantes, objetivados nas adversidades socioeconômicas e nas conflituosas relações sociais familiares e amorosas. A maternidade foi ancorada nas experiências vivenciadas no puerpério, objetivadas na ambivalência psicoafetiva, na sobrecarga advinda com o cuidar do bebê e da família, nas mudanças na identidade feminina e nas expectativas futuras em relação à vida familiar. Encarado sob um ponto de vista psicossociológico, este estudo possibilitou a compreensão de como a mãe puérpera deprimida se sente em relação a si e como pensa a respeito dos eventos da vida cotidiana, da sua experiência materna e do seu ambiente social. Os resultados sugerem a necessidade de elaboração de programas diferenciados de políticas públicas de saúde coletiva voltados para a comunidade feminina durante sua fase reprodutiva, de modo a dar visibilidade e tratamento ao sofrimento psíquico presente no ciclo gravídico-puerperal.