摘要:A modernidade caracteriza-se por um duplo movimento na construção do corpo. Seu desencantamento e progressiva colonização como espaço homogêneo à natureza se faz acompanhar de um reencantamento de sua superfície como imagem. Neste movimento, o corpo surge como matriz última do indivíduo ideologicamente naturalizado e esteticamente artificializado. O presente estudo procura mostrar como há elementos críticos a esta concepção de corpo que residem na noção medieval de carne, entendida misticamente como exterioridade. Tal noção reaparece em Merleau-Ponty e em Lacan como forma de subversão do dualismo moderno. Nosso objetivo é mostrar como a carne reaparece em certas experiências limites retratadas pela estética contemporânea as quais mostram a degradação do corpo como uma forma de situar a paradoxalidade do objeto que supostamente representa.