期刊名称:Saúde e Meio Ambiente: Revista Interdisciplinar
电子版ISSN:2316-347X
出版年度:2014
卷号:3
期号:1 esp.
页码:7-8
DOI:10.24302/sma.v3i1 esp..809
出版社:Universidade do Contestado
摘要:Com a criação, pela Constituinte de 1988, do Sistema Único de Saúde
(SUS), o Brasil passou a ter um Sistema Universal de Saúde, ou seja, todas as
pessoas, independentemente de qualquer característica, devem ter acesso.
Segundo a Constituição Federal, “compete ao SUS ordenar a formação de recursos
humanos para área da saúde”. Em outras palavras: as necessidades de saúde da
população brasileira devem ser levadas em consideração nos cursos de formação
inicial e de educação permanente. Neste sentido, a formação profissional em saúde
deveria estar muito vinculada ao SUS, especialmente aos seus princípios e suas
necessidades. Porém, o que se observa é que a maioria dos cursos da saúde ainda
apresenta uma tímida aproximação com o SUS e seu ideário. Considerando que o
SUS preconiza uma mudança de modelo assistencial, aonde aspectos como a
centralidade na doença e no modelo biomédico e superespecializado cedem espaço
para a integralidade, o cuidado humanizado e a promoção da saúde, também a
formação profissional em saúde deve (ou deveria) acompanhar esta mudança.
Evidentemente esta mudança é complexa e exige inclusive que modificações
importantes na organização universitária sejam realizadas. Por exemplo: a maior
parte das Universidades se organiza em Departamentos e cursos isolados e a
formação acaba sendo mais voltada para a “superespecialização” em uma
determinada área da saúde do que propriamente em uma formação adequada para
o atendimento ao princípio da integralidade. Além disso, a maior parte dos currículos
ainda faz uma grande divisão entre as partes “teóricas” (especialmente nas
primeiras fases dos cursos) e as “práticas” (nas últimas fases do curso), o que leva,
muitas vezes, à um grande distanciamento entre teoria e prática. Muitos outros
aspectos poderiam ser elencados, porém, há de se destacar que nos últimos anos
diversas ações foram implantadas e acabaram por exigir uma reflexão dos cursos de
formação da área da saúde. O Núcleo de Apoio à Saúde da Família, por exemplo,
faz com que novas profissões fossem incorporadas no contexto do SUS. E o
trabalho neste, deve enfatizar a interdisciplinaridade. Ou seja: uma demanda
importante que precisa de profissionais qualificados para a atuação. Profissionais
estes que nem sempre as Universidades tem conseguido formar. Sobre as
mudanças no modelo de atenção, vale mencionar que esta mudança não está
pronta e acabada. Na verdade, é uma mudança permanente. Hoje ainda temos hegemonicamente um modelo biomédico. Porém, há de se considerar que estas
modificações não acontecem de um dia para o ouro. Neste sentido, aproximar a
formação profissional do SUS se faz importante, inclusive porque acredito que o
SUS pode representar um excelente ponto de partida para melhoria da formação e
atuação profissional, mesmo para aqueles que não atuarem diretamente no Sistema,
pois possivelmente serão profissionais com uma melhor formação humana e mais
bem preparados para o trabalho interdisciplinar, características estas que não são
apenas uma necessidade do setor público, mas também do privado.