摘要:Este texto apresenta reflexões sobre a seguinte indagação: a quem serve a percepção das crianças pequeninhas enquanto sujeitos não produtoras de cultura? Discutiremos, a partir do referencial dos estudos pós-colonialistas, como é possível vislumbrar uma educação emancipatóriaque considera as crianças enquanto seres sociais e consegue efetivamente colocá-las como protagonistas do processo educativo. Os estudos pós-coloniais nos ajudam a problematizar a estrutura capitalista e colonizadora da sociedade e a reprodução de concepções naturalizadas que desqualificam e castram os sujeitos, as subjetividades e legitimam as desigualdades e explorações. Trata-se de exercícios de pensamento em busca de pedagogias descolonizadoras que permitam a emancipação desde o nascimento. O que significa propor olhares que subvertem a ordem escolar vigente que transformam experiências em práticas, em atividades, em disciplinas, que classificam e avaliam linguagens e subjetividades, que normatizam os desenhos, os corpos, os sonhos. Recomendamos uma “desobediência epistêmica”, de não pensar o processo educativo de forma adultocêntrica, de reconhecer a criança como dialética, produtora de cultura e participante da vida social.