摘要:No texto aciono os sambas-enredo da Mangueira, escola de samba carioca, defendidos em 2018 e 2019, como fio condutor para defender a formação de professores e a construção de práticas curriculares para escolas quilombolas, a partir da ancestralidade. O embasamento teórico é dado pelos debates pós-colonais e pós-estruturais acionados na área de educação e, especialmente no campo do currículo (MACEDO, 2006; 2018) e da formação docente pela diferença (DERRIDA, 2014). Ao defender o Grupo de Experiência como dispositivo metodológico, busco estabelecer relações horizontais entre universidade e escola, colocando a experiência sob rasura e assumindo os fracassos de sua representação (ST PIERRE, 2010; 2013). Nesse exercício, reconheço importantes passos nas disputas por políticas curriculares, ao tempo que aponto a limitação da compreensão de currículo como conhecimento. Fungindo da contraposição entre escola - como instituição de ensino - e escola de samba, proponho atentar aos ensinamentos ancestrais que circulam em barracões, terreiros e botequins que permeiam os muros na construção de currículos negros. O artigo questiona o lugar da empiria na apresentação das pesquisas em educação, que apresentam resultados insistindo na possibilidade da presença pela voz, como fundamento para o romance realista.