标题:As linguagens do traduzir e a representação da alteridade em autobiografias de ex-escravos afro-americanos: os casos de Harriet Jacobs (1813-1897) e de Frederick Douglass (1818-1895)
其他标题:The
languages of translation and the representation of alterity in
autobiographies of former African-American slaves: the cases of Harriet
Jacobs (1813-1897) and Frederick Douglass (1818-1895)
摘要:A tradução tem sido cada vez mais compreendida na contemporaneidade como um gesto interpretativo entre línguas e culturas, concretizando-se segundo as condições históricas e ideológicas de seu tempo. O texto traduzido não é um reflexo de seu original, mas uma “refração” que pode revelar crenças, valores e normas. Estaríamos vivendo, nas últimas décadas, no Brasil, um processo de maior conscientização acerca da negritude, com implicações para o modo com que o tradutor traduz o Outro. É nesse contexto que este trabalho discute duas obras autobiográficas traduzidas: a obra Incidentes da vida de uma escrava contados por ela mesma , de Harriet Jacobs (1813-1897), traduzida por Waltensir Dutra e publicada em 1988 pela editora Campus, e a obra A narrativa da vida de Frederick Douglass: um escravo americano , de Frederick Douglass (1818-1895), traduzida por Leonardo Vidal e publicada em 2016 pelo website da Amazon. As narrativas autobiográficas de (ex-)escravos, publicadas no século XIX, são testemunhos da era da escravidão nos Estados Unidos. No entanto, as traduções, no Brasil, foram publicadas em momentos históricos diferentes e segundo projetos editoriais distintos: uma tradução, a de Dutra, é baseada em uma versão comentada em notas e de cunho historiográfico, enquanto a outra tradução, a de Vidal, é uma publicação independente de iniciativa do tradutor e com objetivos educacionais, sem vínculos historiográficos. Este trabalho busca discutir os caminhos trilhados pelos tradutores, quanto ao emprego da linguagem tradutória, e as implicações de suas escolhas para a reconstrução do objeto autobiográfico.
其他摘要:Translation has been increasingly understood in contemporary times as an interpretive gesture between
languages and cultures, taking place within the historical and ideological conditions of its time. The
translated text is not a reflection of the source-text, but a “refraction” that may reveal beliefs, values and
norms. We have been living, in the last few decades in Brazil, a process of greater awareness about
blackness, which may have a bear on the way translators render the Other. It is in such framework that
this paper discusses two translated slave narratives: Incidentes da vida de uma escrava contados por ela
mesma, by Harriet Jacobs (1813-1897), translated by Waltensir Dutra and published in 1988 by Campus
publishing company, and A narrativa da vida de Frederick Douglass: um escravo americano, by
Frederick Douglass (1818-1895), translated by Leonardo Vidal and made available online in 2016 by
Amazon. Nineteenth century autobiographical narratives of former slaves are testimonies to the slavery
era in the United States. However, these translations were published in different historical moments in
Brazil and in line with distinct editorial projects: the translation by Dutra was derived from an annotated
edition with historical notes based on real documents, whereas the other translation, by Vidal, is an independent publication with educational goals, without any historiographic accounts. This paper seeks
to discuss translators’ options, regarding their use of language in translation, and the implications of
their choices for the reconstruction of the autobiographical object.
关键词:Estudos da Tradução;Autobiografias;Narrativas de escravos