A qualidade de vida (QdV) como enquadramento para boas práticas, carece ainda de evidências nos subgrupos vulneráveis. A estratégia multipercetiva sobre a QdV de pessoas idosas com demência exige que, para além dos cuidadores (formais/informais) significativos, se inclua a própria pessoa. Este estudo analisa a consistência e (co)relação das perceções de QdV da pessoa idosa e dos seus cuidadores formais e informais. Método: O Mini Mental State Examination (MMSE) foi aplicado a 27 participantes, dos 73 aos 101 anos (84,52±6,54), 19 do género feminino, com e sem diagnóstico demencial. O DEMQOL foi aplicado à pessoa idosa, cuidadores formais (técnicos de saúde) e informais (familiar). Resultados: O alpha Cronbach indicia a consistência interna (α>,70), obtendo-se correlações fracas (sentimentos) a moderadas (memória) entre os grupos (-,003>r<,67) e instrumentos (,02>r<,67). Os cuidadores formais apresentam valores médios mais elevados apesar de diferenças significativas com os restantes respondentes. As perceções entre autorrelato e cuidadores informais são similares. O índice global QdV autorrelatado denota correlação fraca com os cuidadores formais (r<,30) mas moderada com os informais (r=,42). Discussão: A QdV parece exigir a inclusão de diferentes respondentes, sendo fundamental a voz da própria pessoa. Recomendações para a prática e investigação serão apresentadas.