摘要:Nos estudos da natureza, percebe-se o predomínio de uma ética antropocêntrica, que coloca o ser humano no centro das avaliações e destaca algum elemento do meio ambiente devido à importância que tem para a manutenção do bem-estar das sociedades, através do uso ou benefício antrópico. Esta ética é presente na ciência desde as concepções de René Descartes na busca pela objetividade e razão, o que posicionou o ser humano como o “dono” da natureza. Esta compreensão é observada em diversos setores da sociedade e da ciência e predomina no entendimento dos chamados serviços ecossistêmicos, em voga atualmente nos estudos da biodiversidade e também da geodiversidade, e que são definidos como condições e processos naturais que sustentam a vida humana ou ainda como benefícios que as pessoas obtêm dos ecossistemas. Porém, sendo o ecossistema um conjunto que envolve elementos abióticos e bióticos, percebe-se que a humanidade é apenas uma parte deste todo e que, por possuir capacidade de pensamento e de julgamento de direito, deve ser responsável por proteger os recursos naturais, utilizando-o de forma sustentável, mas compreendendo a natureza como foco central de análise. Esta concepção define a ética ecocêntrica, que surge a partir das ideias de Aldo Leopold na década de 1940, mas que passa a ser mais bem conceituada na década de 1980. Atualmente, já existem pesquisadores que se debruçam sobre os temas do ecocentrismo e vêm publicando estudos em diversas áreas com foco nesta ética ambiental. No Brasil, existe uma multidisciplinaridade no uso do termo, tendo sido identificadas 48 teses e dissertações nos últimos 21 anos que tenham abordado a temática, principalmente, nas áreas de Ciências Sociais Aplicadas, Ciências Humanas e Ecologia. Através de um estudo de revisão bibliográfica, este trabalho tem o objetivo de apresentar a ética ecocêntrica como contraponto ao antropocentrismo e avaliar a sua aplicabilidade nos estudos da geodiversidade, que concluiu-se ser possível e necessária.
其他摘要:In nature studies, the predominance of an anthropocentric ethics is perceived, which places the human being at the center
of evaluations and highlights some element of the environment due to the importance it has for the maintenance of the well-being
of societies, through the anthropic use or benefit. This ethics has been present in science since the conceptions of René Descartes in
the search for objectivity and reason, which positioned the human being as the “owner” of nature. This understanding is observed in
different sectors of society and science and prevails in the understanding of the so-called ecosystem services, currently in vogue in
studies of biodiversity and also of geodiversity, which are defined as natural conditions and processes that sustain human life or as
benefits that people derive from ecosystems. However, since the ecosystem is a set that involves abiotic and biotic elements, it is clear that humanity is only a part of this whole and that, due to its capacity for thinking and judging, it must be responsible for protecting
natural resources, using it in a sustainable way, but understanding that nature as the central focus of analysis. This conception defines
ecocentric ethics, which arises from the ideas of Aldo Leopold in the 1940s, but which becomes better conceptualized in the 1980s.
Currently, there are already researchers who focus on ecocentrism and have been publishing studies in several areas focusing on
this environmental ethics. In Brazil, there is a multidisciplinarity in the use of the term, having identified 48 thesis and dissertations
in the last 21 years that have addressed the theme, mainly in the areas of Applied Social Sciences, Human Sciences and Ecology.
Through a bibliographic review study, this work aims to present ecocentric ethics as a counterpoint to anthropocentrism and evaluate
its applicability in geodiversity studies, which was concluded to be possible and necessary.