摘要:Este artigo analisa processos de apropriação de práticas de numeramento que se configuram no desenvolvimento e na gestão de projetos sociais do povo indígena Xakriabá. A perspectiva etnográfica adotada permite reconhecer tais processos como instâncias de “indigenização dos projetos”, termo tomado dos estudos do antropólogo Marshall Sahlins, que se refere à “indigenização da modernidade” para explicitar a maneira como os povos indígenas “vêm elaborando culturalmente tudo aquilo que lhes foi infligido”. As práticas de numeramento analisadas veiculam diferentes racionalidades que permeiam os projetos, e é no confronto entre racionalidades de matriz cartesiana e racionalidades táticas que aqui se identifica o movimento dos sujeitos para “indigenizá-las”.