摘要:O artigo examina aspectos discursivos e políticos do medo em sua singularidade histórica, a partir da exposição do sofrimento de estranhos no espaço público.A relação entre cultura e sofrimento privilegia quatro tópicos: i) a transformação do sofrimento em questão política na cultura ocidental; ii) a seleção dos estados e condições considerados para uma dada época histórica como sofrimentos relevantes e evitáveis através da ação política; iii) atribuição de responsabilidade pelo sofrimento de estranhos e, iv) o modo de endereçar a audiência.A base empírica reúne matérias de jornais e telejornais sobre crimes, catástrofes e epidemias, produzidas a partir de 1980, e permite refletir sobre as repercussões éticas da política do medo contemporânea, conceituada como política da vítima virtual.