摘要:Neste artigo, pretendemos refletir sobre a personagem Dona Marcolina, criada pelo jornalista e chargista Alceu Chichôrro (1896-1977), publicada no jornal curitibano O Dia, no período de 1926 a 1961.Na companhia de Chico Fumaça e do cachorro Totó, Dona Marcolina representa um tipo de feminilidade associado às mulheres, constituído de camadas de discursos normatizantes e hierarquizantes, com traços físicos caricatos, como também modos exagerados de agir, pensar e reagir a determinadas práticas sociais masculinas, ironizando os espaços de domínio das mulheres e questionando quem, de fato, deveria mandar na casa.Dentro da tradição do humor gráfico e das chamadas family strips do início do século XX, destacam-se personagens femininas – caracterizadas por serem tiranas, mandonas, mal-humoradas e fora dos padrões de beleza da época – que geralmente são descritas como feias.Além disso, são desenhadas altas, magras, em contraponto a seus pares, homens baixinhos e gordos.Estes contrastes e desproporções provocam o efeito cômico, evocando a comédia popular, e reiteram a inversão de papéis sociais esperados pela sociedade.Estas personagens mandam, controlam e batem nos homens.O pau/rolo de macarrão torna-se um artefato comum no desfecho das charges e tiras cômicas, usado no último quadrinho para golpear e punir os deslizes, travessuras dos homens.