摘要:Neste artigo, estabelecemos a categoria das diferenças como o ethos e a práxis antropológico-ontológicos e epistemológico-políticos efetivamente contemporâneos, que desafiam-dinamizam as religiões institucionalizadas e universalistas, ao estilo da Igreja Católica, em seu uso de fundamentações essencialistas e naturalizadas como base normativo-paradigmática para o enquadramento, legitimação e orientação dessas mesmas diferenças, como embasamento da dialética entre pluralidade e unidade acerca dessas mesmas diferenças.A partir disso, defenderemos que o desafio central para as religiões institucionalizadas e universalistas neste século XXI – e, no nosso caso, novamente para a Igreja Católica – consiste na desconstrução da correlação entre institucionalismo forte, objetividade antropológico-ontológica e epistemológico-moral estritas e fundamentalismo político-normativo.Nesse sentido, na medida em que também as instituições religiosas trouxerem para dentro de sua dinâmica de constituição, legitimação e fomento do credo as diferenças como práxis normativa e sujeitos epistemológico-políticos da fundamentação, alcança-se um enfraquecimento e uma moderação – e talvez até mesmo um abandono – de fundamentações essencialistas e naturalizadas como base para o enquadramento de todas as áreas da vida humana.Este, de todo modo, conforme pensamos, deve ser o caso de gênero e de sexualidade, que a rigor já não poderiam e nem deveriam mais ser fundados em tais bases essencialistas e naturalizadas.