摘要:Quais molduras circunscrevem nossa capacidade de ver, perceber e compreender o que ocorre nas escolas, na sociedade e no mundo? De que maneira nossa capacidade de percepção e de diálogo com o que as escolas produzem como conhecimento é afetado pela existência de um modelo epistemológico, que nega a racionalidade de outros modos de conhecer e perceber o mundo? Nesse artigo temos como objetivo apontar conceitualmente as implicações de processos que corroboram com o desperdício da pluralidade epistemológica do mundo, a partir do confronto com narrativas docentes que trazem situações do cotidiano escolar que nos impulsionam a pensar o que se vê e o que para nós é invisível diante dos modos hegemônicos de validar o conhecimento. O referencial teórico aborda noções do campo das novas epistemologias, das pesquisas com os cotidianos e das pesquisas que articulam (auto)biografia e formação. O texto é fruto de pesquisa que discute a produção dos currículos e de processo de formação nos cotidianos e traz narrativas de professores publicadas em um perfil nas redes sociais. No perfil estudado, professores de várias redes de ensino do Estado do Rio de Janeiro, que atendem diversos segmentos da educação básica, compartilham situações, experiências, impressões de episódios que protagonizaram nos cotidianos escolares. Argumentamos sobre a necessidade de reconhecermos e de buscarmos superar nossas cegueiras produzidas culturalmente e epistemologicamente tecendo outras relações com os conhecimentos presentes e produzidos com e pelos sujeitos no viver cotidiano das escolas.