摘要:O artigo apresenta os resultados de uma extensa investigação em documentos oficiais, programas curriculares e materiais didáticos que normatizam o ensino de história e o processo de escolarização nas cidades de São Paulo, no Brasil, e Buenos Aires, na Argentina, desde o fim dos últimos regimes ditatoriais até a atualidade. O objetivo é oferecer indícios que ajudem perceber o peso da história das Ditaduras nas políticas públicas de construção de memórias na região, via ensino de história, que terminam por estabelecer o que deve ser lembrado e o que pode ser esquecido no processo de construção de memórias sobre o período. Para a análise dos documentos, fez-se uso dos apontamentos de IvorGoodson e GimenoSacristán sobre os currículos oficiais, enquanto prescrições, que envolvem místicas importantes sobre o papel do Estado, da escolarização e da sociedade no processo de aprendizagem. O modo como se representa o passado nessas prescrições, por sua vez, foi interpretado a partir das contribuições dos estudos de Serge Moscovici e Denise Jodeletsobre as representações sociais, relacionadas ao processo pelo qual o conhecimento é gerado, transformado e projetado no mundo social.