摘要:A partir do samba-enredo História pra ninar gente grande, da Estação Primeira de Mangueira no carnaval de 2019, temos como objetivo observar um reviramento dos sentidos estabilizados como evidentes por uma história oficial do Brasil acerca de alguns nomes próprios de mulheres. A potência dos sentidos do samba e do desfile produz deslocamentos e escancara outros modos de (re)dizer a nossa história, pelo avesso dela, pelos espaços interditados que sobraram dos processos de dominação política, econômica e cultural. Para tal, como forma de observar o movimento dos sentidos nos e pelos discursos, reunimos um conjunto de fotografias que foram colhidas na rede digital e em enunciados do samba e se destacaram em alegorias e dizeres que saltaram da avenida para as mídias, em especial, para o ciberespaço. Nossa função, com isso, é analisar discursivamente alguns momentos do desfile, a partir do que Michel Pêcheux formulou, considerando o papel das mulheres e o seu grito de resistência contra um preconceito/racismo/misoginia arraigados. Às ruas, elas escancaram a voz e mostram (d)efeitos de uma sociedade contemporânea mergulhada, ainda, na utopia.