摘要:Ambiente e paisagem são desconsiderados no projeto das cidades brasileiras. Desde a chegada dos primeiros colonizadores europeus, cenários de serras e colinas são enaltecidos, mas a urbanização contemporânea camufla a forma dos sítios e degrada o hábitat urbano. As encostas dos morros e serras são, por excelência, um assunto do paisagismo, pois "ninguém pode esconder uma cidade sobre uma colina" (Mt 5, 14), seja para maravilhar, seja para desolar quem a observa, dependendo de quem seja. A paisagem ambiental deveria ser composta de colinas vistas do mar e dos vales dos rios; com economia fundada nas características paisagísticas e ambientais; caracterizando-se como lugares de que nos lembraremos para sempre. Sem tal identidade não podemos dizer que uma cidade tem personalidade. O caráter de um lugar está fundado na atitude dos que a construíram, na simpatia com que trataram seres vivos e ambiente, no valor que lhes atribuíram. O valor (ética e estética) é o aspecto filosófico da arquitetura da paisagem. Todo projeto precisa estar comprometido com o meio físico e seus elementos: sopés, topos, ombreiras (lugares privilegiados para a construção de mirantes) e linhas de drenagem natural (locais privilegiados para a localização de parques de conservação da água), visando à preservação da biodiversidade.