摘要:O artigo procura refletir sobre as políticas linguísticas hospitalares em Angola, partindo de um viés das políticas públicas que podem ser vistas como promotoras da (in)exclusão dos falantes das línguas nacionais que ao recorrerem os serviços de saúde sentem-se marginalizados e ou estigmatizados ao serem obrigados a falar em português por se tratar de língua oficial. A maior parte dos médicos não tem domínio das línguas autóctones. Como metodologia, entrevistou-se cinco idosos que não falam português e que foram atendidos nos serviços hospitalares de Malanje. Das entrevistas se conclui que as políticas públicas angolanas no campo hospitalar não dão atenção aos pacientes que não falam português, atitude que exclui para além de prestar mau serviço à esses cidadãos. Vários documentos oficiais do Ministério da Saúde e Governo não discutem o papel da língua no atendimento e serviços de saúde. Esta situação promove exclusão e denuncia a necessidade de inclusão de intérpretes ou tradutores para que haja comunicação plena. A língua de sinais pouco ou nada é considerada nos atendimentos hospitalares o que é grave se “todos são iguais perante a Constituição e a lei” (REPÚBLICA DE ANGOLA, 2010). A inserção de intérpretes e ou tradutores em línguas locais reservaria o direito do cidadão expressar-se livremente na língua que melhor domina o que favoreceria o diálogo orientado nas práticas de cuidados à saúde.