摘要:Nos três ciclos do pensamento de Albert Camus, a saber, o lirismo, o absurdo e a revolta, a relação entre o homem e o mundo é explorada. Contudo, o objetivo deste texto é investigar essa relação no ciclo do absurdo, mais precisamente em O mito de Sísifo. Nessa direção, buscamos compreender como o franco-argelino descreveu em seu ensaio sobre o absurdo, a relação de divórcio entre o homem e o mundo, constatada pela sensibilidade e esclarecida pela razão, nomeada de sentimento do absurdo e noção do absurdo, respectivamente. Para isso, destacaremos o absurdo como o marco inicial, o equivalente, no plano da existência, à dúvida metódica cartesiana, ou seja, realçaremos o absurdo como o ponto de partida do pensamento camusiano. Além disso, realçaremos que o absurdo é a concepção metafísica do homem e que há um momento imprevisto em que ocorre o despertar da consciência da absurdidade da vida, e, desde então, a condição humana se reveste de uma nova visão e percebe que a existência não é harmônica. Enfim, destacaremos que, seja pela sensibilidade ou pela razão, chega-se à inadequação ontológica que há entre o homem e o mundo.