摘要:Este texto discute como a violência do capital é objetivada na televisão em geral e na série televisiva da Netflix O Mecanismo, de José Padilha. O autor/diretor, ao estabelecer n’O Mecanismo a corrupção como o “câncer” da sociedade capitalista, deliberadamente elege algo da ordem do subjetivo, da moral, como causa das condições desiguais da sociedade do capital, deslocando intencionalmente ou não as determinações sociais objetivas para o plano subjetivo. Problematiza também as relações contraditórias entre as relações sociais de produção e as forças produtivas na arte e na indústria cultural, fundamentando-se nas contribuições teóricas de Marx, Adorno e Horkheimer. Ademais, postula que a televisão brasileira, imbricada com o capitalismo tardio, é um objeto cujo procedimento de razão atua não apenas na esfera da reprodução da cultura, mas, fundamentalmente, na sua produção pela via da formação do público. Nesse sentido, discute os limites e as possibilidades dos processos formativos e educativos da televisão.