出版社:Brazilian Association of Sleep and Latin American Federation of Sleep Societies
摘要:Introdução Os fumantes apresentam um risco maior de ter Síndrome da Apneia-Hipopneia do Sono (SAHOS) quando comparados aos nãofumantes. Isso ocorre devido à inflamação crônica da mucosa nasofaríngea, que reduz o calibre das vias aéreas superiores, facilitando o seu colapso durante o sono. Também promove uma resposta diminuída dos microdespertares em relação à apneia, favorecendo uma maior frequência e duração das apneias. O objetivo principal do estudo é estabelecer a prevalência do tabagismo em indivíduos com diagnóstico de SAHOS, relacionando a gravidade da doença e a carga tabágica. Métodos Trata-se de um estudo longitudinal, retrospectivo, realizado através da análise de questionários, respondidos pelos pacientes que realizaram a polissonografia (PSG) e os laudos destas. O período analisado foi de Janeiro a Dezembro de 2014. Fizeram parte do estudo todos pacientes diagnosticados com SAHOS pela polissonografia, dentro de uma faixa etária entre 25 a75 anos, e que responderam ao questionário proposto, totalizando 384 pacientes. Foi analisado quais pacientes eram tabagistas, o sexo, o número de maços/ano e o índice de apneia e hipopneia. Resultados A prevalência de tabagismo na população estudada foi de 30,21% (116 pacientes). Em relação à prevalência de acordo com o sexo, verificou-se que 36,98% dos homens, com critérios para SAHOS, eram tabagistas, e 26,92% entre as mulheres. Quanto à gravidade da SAHOS, 33,85% (130 pacientes) apresentavam grau leve, 32,03% (123) moderado e 34,14% (131) severo, sendo que a prevalência de tabagismo encontrada em cada grupo foi, respectivamente, 23,85% (31 pacientes), 36,58% (45) e 31,29% (41). Em relação à carga tabágica, ocorreu um aumento diretamente proporcional ao grau da SAHOS, ao passo que, uma carga tabágica maior que 40 maços-ano foi maior na SAHOS classificada como severa (31,81%) quando comparada à moderada (18,18%) e à leve (12,9%). Conclusão Após análise dos resultados pode-se concluir que o tabagismo não é um fator determinante para o desenvolvimento de SAHOS, visto que 69,53% dos pacientes não eram fumantes. Entretanto, pacientes tabagistas e ex-tabagistas apresentaram uma maior prevalência de SAHOS moderada e grave (72,55%) comparado a não fumantes (63,28%). Um viés, deste estudo, foi a faixa etária ampla, visto que quanto maior a idade maior a carga tabágica e maior a prevalência de SAHOS severa. Contudo, o tabagismo pode ser considerado um agravante patológico em pacientes que já apresentam a doença.