标题:REALIDADE E DESAFIOS NO SISTEMA PÚBLICO DE SAÚDE PARA O DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO DA APNEIA OBSTRUTIVA DO SONO EM PACIENTES HIPERTENSOS DE UM CENTRO TERCIÁRIO
出版社:Brazilian Association of Sleep and Latin American Federation of Sleep Societies
摘要:Introdução Diversos trabalhos sugerem que a Apneia Obstrutiva do Sono (AOS) é uma causa secundária de hipertensão arterial e pode contribuir para o aumento da lesão de órgãos-alvo. O objetivo deste trabalho é o de avaliar o subdiagnóstico da AOS em pacientes hipertensos, bem como as dificuldades para o diagnóstico e tratamento destes pacientes no Sistema Público de Saúde (SUS). Métodos Durante o período de outubro de 2014 a julho de 2015 entrevistamos pacientes hipertensos atendidos em um centro terciário de cardiologia procurando avaliar o potencial subdiagnóstico da AOS através de exame físico, questionários de Berlim e de Epworth, acesso ao diagnóstico e ao tratamento da AOS. Resultados Estudamos 148 pacientes hipertensos (idade média 61710 anos, 57% sexo feminino e índice de massa corpórea: 33,276,6 kg/m2 ). A maioria dos pacientes (89%) revelou que ronca e 73% dos pacientes avaliados apresentaram duas ou mais categorias positivas no questionário de Berlim, sendo classificados como alto risco para a AOS. De todos os entrevistados apenas 38% apresentaram AOS confirmada por polissonografia ou poligrafia. Quando questionados se alguma vez algum médico cardiologista já havia perguntado sobre algum problema relacionado ao sono, 1/3 dos pacientes revelou nunca ter sido questionado à respeito. Dos 67% que haviam sido questionados, houve solicitação de exames para investigar em 83% dos casos (89% desses casos o exame pedido foi a polissonografia, sendo os outros exames pedidos, ignorados). Apenas 32% dos entrevistados com AOS estão sendo tratados e em 85% desses casos é usado CPAP.Conclusões A despeito da alta porcentagem de alto risco, a AOS é potencialmente subdiagnosticada e subtratada em pacientes hipertensos. As potenciais explicações são múltiplas e incluem a não avaliação sistemática dos distúrbios do sono por cardiologistas, as dificuldades de acesso e as longas filas para a polissonografiaea não oferta do tratamento específico para a AOS no SUS.