摘要:O presente artigo, ao apresentar o caso Miss Lucy R., busca descrever as matrizes do conceito de inconsciente presentes nos processos descritos por Freud, considerados como responsáveis pela formação dos sintomas apresentados por Miss Lucy R., isto é, as sensações olfatórias persistentes de “torta queimada” e de “fumaça de charuto”, por meio da alegoria arqueológica do inconsciente, tal como a concebeu o autor. Em seguida, os sintomas foram submetidos a uma análise realizada em termos significantes, baseada na formulação lacaniana de que o inconsciente é estruturado como uma linguagem. A análise permitiu acompanhar os deslizamentos metonímicos e as substituições metafóricas presentes nos sintomas exibidos por Miss Lucy R., os quais podem ser lidos como os “sentimentos cálidos” sobre os quais ela nada queria saber. Em seguida, contrastaram-se diferenças conceituais presentes nos modelos explicativos de Freud e de Lacan acerca da noção de inconsciente. Ao final, podem-se destacar algumas contribuições lacanianas à psicanálise com relação à importação do modelo linguístico.