摘要:A formação docente pode ser analisada sob várias perspectivas. Neste artigo procura-se enfocar a formação docente como um instrumento político de manipulação e de controle das racionalidades e subjetividades dos sujeitos em formação. Procura-se entender essa dominação sobre seus alunos. Trata-se de um exercício estratégico de biopoder exercido por uma governamentalidade dominante. Este papel das formações parece ser um dos principais elementos motivadores das licenciaturas e das formações continuadas de docentes no Brasil. A mobilização das racionalidades e subjetividades esperada pela governamentalidade gera estratificações nas relações entre os atores envolvidos com educação, criando grupos definidos de cooperação e rompimentos entre os sujeitos. A formação como um espaço de manifestação dos dispositivos disciplinares e de poder são identificados nas ações de formação docente e correspondem à estratificação e à manutenção do biopoder de controle das racionalidades e das subjetividades do indivíduo. O objetivo deste trabalho é analisar as condições da existência do poder exercido sobre as formações docentes. Busca-se reconhecer três formas estratégicas através das quais estes dispositivos de disciplinamento são exercidos. A primeira se dá em relação ao posicionamento dos formadores e formandos em questões étnicas, sociais e religiosas que estabelecem padrões éticos e morais aceitáveis pela governamentalidade. A segunda, pelas formas de dominação exercidas nas formações docentes que tendem a separar os indivíduos de seus produtos intelectuais e subjetividades. A terceira, pelas formas de sujeição praticadas em relação ao indivíduo mobilizadas externamente pelas instituições ou internamente pelo próprio indivíduo submetido ao processo formativo, assegurando sua submissão ao biopoder dominante.