摘要:O presente artigo objetiva refletir acerca das singularidades do imperialismo contemporâneo. O imperialismo recrudesceu sua capacidade expropriadora e perdulária, através da formação de um sistema imperialista em escala mundial, que entrecruza os interesses dos diversos capitais situados em distintas formações sociais. O alcance hegemônico do capital financeiro e a disseminação de sua face parasitária, o capital fictício, instou em escala mundial a interpenetração de propósitos entre as corporações sediadas em inúmeros países e os Estados. Nas novas condições em que se delineia o processo de acumulação do capital, verifica-se a (res)significação de sua escala de atuação. O capitalismo continua a depender da escala local para a valorização do capital, produção/realização de mais-valor por meio do trabalho explorado, porém, o processo de acumulação, descolou-se da escala local, forjando um processo de auferição de lucros (fictícios) que se consuma em escala mundial. Ou seja, a produção puramente abstrata de riqueza (res)significou a produção espacial, pois mesmo sendo imprescindível a subordinação do espaço absolute – enquanto relativo – para a continuidade da produção de mais-valor, este espaço absoluto inscreve-se numa trama muito mais complexa que outrora, uma vez que seu destino está lançado em outra escala. O que se deseja afirmar é que no imperialismo contemporâneo, os interesses traçados em escala mundial, mais que em qualquer outro momento, exerce uma prevalência sobre a reprodução espacial. A permanência dos investimentos de uma empresa situada em um determinado lugar está em função da capacidade de promoção de lucros e da continuidade do ciclo vicioso que remunera o capital portador de juros e sua derivação mais abstrata, o capital fictício, ambos, integrantes do capital financeiro. Logo, o que rege a localização e deslocalização dessas empresas, portanto, é a capacidade de atender a este diverso e seleto grupo de usurpadores da riqueza social.