摘要:A cidade parece se apresentar, aos olhos de um observador, dividida em espaços diferenciados que se distinguem por fatores variados. Todavia, não existe uma única conformação desse quadro. A cada olhar um cenário se constrói fundamentado em experiências, intenções e crenças. Assim, não há uma fragmentação única, pois não há um olhar único e muito menos uma cidade única. Isso faz parte da herança da modernidade: a busca da verdade, o objeto fora do observador, a dicotomia objeto/sujeito. Calcado nesses princípios, o planejamento nasce e se estrutura, criando um campo ilusório de soluções, idealizando possibilidades distantes do objeto. Nessa trajetória, a fragmentação do espaço urbano é uma prática constante, representando uma forma facilitadora de compreensão do objeto. No entanto, o paradigma da modernidade tem se mostrado ineficaz para sustentar ações que transformem a vida do homem. Assim, a crise da modernidade convida à reflexão sobre a insistente posição do planejamento urbano em reforçar uma fragmentação do espaço urbano, tentando interromper a possibilidade do diálogo entre os espaços diferenciados.