摘要:A despeito da constatação de que o desenvolvimento é um processo irregular e que potencializa áreas e/ou regiões mais dinâmicas, alguns teóricos do chamado desenvolvimento desequilibrado chamam atenção para a questão da complementaridade entre as regiões ao apontarem que, quanto maiores os encadeamentos de uma estrutura produtiva e, consequentemente, maior a complementaridade entre atividades e regiões, maior tende a ser o nível de desenvolvimento das mesmas. Partindo dessa perspectiva e da hipótese de que uma maior integração comercial entre os estados relaciona-se positivamente com maiores níveis de renda, o presente trabalho objetiva analisar os fluxos de comércio interestaduais para o país, mediante a observação das relações comerciais inerentes ao próprio estado, bem como as relações concernentes aos demais nos anos de 2008 e 2011. As informações para construção das análises provêm das matrizes insumo-produto (MIPs) interestaduais de Guilhoto et al. (2010) e Haddad, Gonçalves Júnior e Nascimento (2018), que consistem, respectivamente, na estimação das matrizes de insumo-produto para os vinte e seis estados brasileiros e o Distrito Federal nos anos de 2008 e 2011. A partir da análise empreendida verifica-se que a estrutura de concentração regional do comércio interestadual brasileiro não se modificou significativamente desde 1985. Tais resultados evidenciam o papel concentrador dos fluxos de comércio, polarizados por São Paulo, que exerce forte influência sobre a estrutura espacial e econômica brasileira. Portanto, dada observação do caráter ainda concentrador dos fluxos de comércio, se faz necessária a atuação de políticas públicas que contribuam para a melhoria da integração do mercado nacional.