摘要:Populações quilombolas são historicamente atingidas por amplas desigualdades sociais, que geram vulnerabilidades em vários âmbitos da vida cotidiana, associadas à saúde mental e à produção de sofrimento psíquico. Este artigo objetiva discutir a incidência de transtornos mentais comuns a partir da ótica da Determinação Social da Saúde. Aplicou-se questionário sociodemográfico, o Self-Reporting Questionnaire (SRQ-20), e entrevista semiestruturada em uma comunidade quilombola rural. Observou-se que as experiências de sofrimento psíquico estão relacionadas às iniquidades sociais, à escassez de estratégias de apoio comunitário e de possibilidades de acolhimento e de cuidado culturalmente sensível na rede de atenção psicossocial, além de se apresentar de modo desigual entre homens e mulheres. O racismo institucional se revela em práticas em saúde que perpetuam as desigualdades que atingem as populações negras e do campo. Esses elementos impactam e revelam a intrínseca articulação entre gênero, raça, classe e saúde mental.