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文章基本信息

  • 标题:Descrição argumentativa e descrição polifônica: o caso da negação
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  • 作者:Oswald Ducrot, Marion Carel
  • 期刊名称:Letras de Hoje
  • 印刷版ISSN:0101-3335
  • 电子版ISSN:1984-7726
  • 出版年度:2008
  • 卷号:43
  • 期号:01
  • 出版社:Faculdade de Letras, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul
  • 摘要:Gostaríamos, neste artigo, de indicar certas modificações ou explicitações trazidas há uma dezena de anos à teoria da polifonia tal como ela é exposta em Ducrot (1984, cap. 8). Na primeira parte, tratar-se-á, antes de tudo, de explicitações. Mostraremos como tornamos precisa uma distinção presente desde o início da teoria, a distinção entre as atitudes do locutor frente aos enunciadores e o modo como o locutor (ou o sujeito falante) assimila os enunciadores a determinada personagem de discurso. É claro, é somente no enunciado, como ocorrência particular da frase, que o locutor põe em cena enunciadores, assimila-os, e toma posição em relação a eles. Nessa medida, uma descrição propriamente lingüística não pode dizer quais são as assimilações e atitudes manifestadas em um enunciado. Mas nós mantemos a concepção instrucional da significação segundo a qual a frase coloca exigências, limites e restrições para construir as assimilações e atitudes manifestadas em um enunciado. A segunda e a terceira partes mostrarão as modificações a serem trazidas à análise polifônica da negação se colocada no quadro atual da teoria da argumentação na língua, isto é, na teoria dos blocos semânticos (TBS), introduzida em Carel (1992). A segunda parte dirá respeito aos enunciados ditos “pressuposicionais”: eles serão tratados de um modo completamente novo, principalmente quanto ao efeito da negação sobre eles – o que conduzirá a voltar à negação “metalingüística”, e a dar-lhe uma descrição homogênea à da negação “ordinária”, já que ela aparecia um pouco até agora como um caso monstruoso. A terceira, e última parte, mostrará as complicações (esperamos que sejam enriquecimentos) que as noções de base da TBS – por exemplo, a distinção entre “argumentação interna” e “argumentação externa” e, por outro lado, entre “aspecto expresso” e “encadeamento evocado” – introduzem na descrição da negação comum. lingüística, retirando-a de certas formulações enfraquecidas que podem desfigurá-la. Sabe-se que, segundo essa teoria, o locutor tem dois tipos de relação com os enunciadores que ele põe em cena em seu enunciado, e que são as origens dos pontos de vista expressos.1 De um lado, ele os assimila a seres determinados, ou mais freqüentemente indeterminados e caracterizados só de modo geral. A assimilação é feita, por exemplo, com um ser determinado quando se diz “eu me sinto cansado”: dá-se a si mesmo como origem do ponto de vista segundo o qual se está cansado. É ainda o caso, mas talvez menos nitidamente, quando se diz “segundo meu médico, estou cansado”. Parece também aí que o julgamento de cansaço é atribuído a alguém preciso, embora o essencial seja menos a identidade do médico do que sua função.2 A assimilação é completamente indeterminada, em compensação, em enunciados como “as pessoas que pensam sabem que p”, “segundo certos filósofos, e não os menores, é preciso admitir que “p”. O enunciador de p é então assimilado às pessoas que pensam, ou a certos filósofos eminentes (que não se quer identificar). A mesma coisa em “segundo os bons estudantes, a prova era fácil” e em “parece que fará bom tempo amanhã”. Quais são os “bons estudantes”, quais são as pessoas cuja opinião autoriza o locutor a dizer “parece”? O sentido do enunciado não contém nenhuma resposta a essas perguntas.
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