摘要:Resumo
Este artigo trata da construção de um perfil conceitual de ‘vida’. Partimos da hipótese de que o conceito de vida é polissêmico, admitindo vários significados possíveis, de modo a expressar-se por um perfil conceitual. Buscamos determinar as zonas que constituem esse perfil por meio de um jogo dialógico entre estudos teóricos e empíricos, envolvendo pelo menos três domínios genéticos: o domínio sociocultural, por meio de uma revisão bibliográfica sobre o conceito de vida e sua história; o ontogenético, por meio da compilação de estudos sobre concepções alternativas de estudantes sobre o conceito de vida; e o microgenético, através da coleta de dados empíricos por meio de questionários, aplicados a alunos de graduação em Ciências Biológicas, e entrevistas baseadas em situações-problema, com alunos de pós-graduações em Ecologia e Genética. Considerando aspectos epistemológicos e ontológicos, identificamos três zonas, que representam três níveis de compreensão do conceito de vida: “internalista”, incluindo concepções nas quais vida é entendida como um conjunto de processos ou propriedades inerentes ao vivente; “externalista”, correspondendo a uma compreensão da vida como algo externo e separado do vivente, freqüentemente vista como algo que vem de fora ou que tende a uma finalidade para além do ser vivo; e “relacional”, na qual a vida é concebida como uma relação entre entidades e/ou sistemas, sendo a própria definição dada em termos de relações.
Abstract
This paper reports the building of a conceptual profile of ‘life’. We took as a starting point the hypothesis that the concept of life is polysemous, showing several possible meanings, and, thus, admitting a conceptual profile. We attempted to demarcate the zones that constitute this conceptual profile through a dialogic interplay between theoretical and empirical studies, involving at least three genetic domains: the sociocultural domain, by means of a review about the concept of life and its history; the ontogenetic, through a compilation of studies about students’ alternative conceptions about life; and the microgenetic, by gathering empirical data through questionnaires, answered by Biology majors, and interviews based on problem-situations, with graduate students in the fields of Ecology and Genetics. Taking into account epistemological and ontological aspects, we identified three zones, representing three levels of understanding of the life concept: “internalist”, including conceptions in which life is understood as a set of inherent processes or properties of living beings; “externalist”, amounting to an understanding of life as something external to and apart from living beings, often seen as something that comes from outside or tends to a goal that is beyond the living being; and “relational”, in which life is conceived as a relationship between entities and/or systems, and the definition itself is given in terms of relations.