出版社:Universidade Federal do Parana̧, Departamento de Psicologia
摘要: A prática conhecida como filho de criação ou circulação de crianças é encontrada em vários lugares do mundo, inclusive no Brasil. Diferente do filho adotivo, cuja relação de filiação é substitutiva à relação dada biologicamente, o filho de criação possui uma relação de filiação aditiva. Considerando a centralidade dos meios de comunicação de massa na cultura contemporânea, objetivou-se com esta pesquisa descrever e analisar as representações relativas aos filhos de criação veiculadas por duas revistas brasileiras de circulação nacional, em reportagens e cartas de leitores, nos períodos de 1975 a 1979 e de 1996 a 2000. O método utilizado foi a análise de conteúdo. Os resultados apontaram para a quase inexistência de menções a tal prática no Brasil. Acredita-se que o fato desta forma de organização de parentesco ser mais comum entre os pobres urbanos, aliado à falta de estudos sistemáticos, fez com que o assunto não fosse considerado relevante ou fosse mesmo desconhecido dos agentes dos media. Salienta-se, por isso, a necessidade de mais pesquisas sobre esta forma tradicional de filiação e, em particular, sugere-se a realização de pesquisas transdisciplinares sobre a saúde mental dos brasileiros que circularam por diferentes famílias durante a infância e a adolescência e seus sentimentos e representações em relação a esta prática. The portrayal of foster children by the Brazilian press Abstract The practice of child-fostering, or the placement of children with a succession of different families, can be found in various parts of the world, including Brazil. In contrast to adoption, where the relationship with the adoptive parents replaces that of the biological parents, the relationship with a foster child is simply that of supporting an additional child. Taking into consideration that the mass media has a centralizing role in contemporary culture, the purpose of this research is to describe and analyse the portrayal of foster children by two Brazilian nationwide magazines. To this end, the method known as contents analysis was used; based on articles and readers letters between 1975 and 1979 and again for those published between 1996 and 2000. The results indicate a virtual nonexistence of references to the practice of child-fostering in Brazil. Although this form of family relationship is most common among the urban underprivileged population, the issue has been considered irrelevant, if not unknown to the media, due to the lack of systematic study. For this reason, research into this form of parenthood is needed. In particular, trans-disciplinary research should be done in regard to the mental health of Brazilians who have been placed with a succession of different families during their childhood and teenage years.