摘要:I – Em 1745, D. Francisco de Portugal , 2º marquês de Valença e 8º conde de Vimioso, fazia
publicar em Lisboa, na Oficina de Miguel Rodrigues, em edições independentes que apenas terá
feito circular entre «entre parentes, e amigos»
2, dois breves textos: a Instrucçam que [...] dá a
seu filho primogenito, D. Joseph Miguel Joam de Portugal, Conde de Vimioso e a Instrucçam que
[...] dá a seu filho segundo D. Miguel Lucio de Portugal e Castro, Conego da Santa Igreja de Lisboa.
Era, em parte, uma reincidência, pois, em 1735, já o marquês tinha dado uma outra «instrucção»
a seu filho mais velho no quadro da partida deste, como muitos outros altos senhores portugue-
ses, para a campanha do Alentejo que nesse ano tentava prevenir o que parecia ser, por parte
de Espanha, um reacender, sob pretextos vários, das sequelas da chamada Guerra da Suces-
são3. Tal instrucção que Barbosa Machado regista – Instrucçam que deo a seu filho o Excellentis-
simo Conde de Vimioso quando foy à Campanha do Alentejo no anno de 17354 –, não terá pas-
sado do manuscrito, mas os três textos parecem relevar do gosto dessa um tanto enigmática
personalidade por um velho género literário – de nítido recorte nobiliárquico e cortesão – que,
talvez, como sugeriremos, tenha até conhecido um certo favor em seus dias – o próprio filho
primogénito do marquês já tinha igualmente publicado (1741/1743) as suas próprias instrucções para os seus dois filhos fundamentadas em exemplos da Casa de Vimioso –, se bem que só muito
incidentalmente tenha recebido atenção5.