出版社:Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro
摘要:Em “As pesquisas historiográficas em tradução” (2001) Adriana Pagano escreve
que “o campo da historiografia da tradução constitui uma área incipiente [...] como é os
Estudos da Tradução” (p. 117). Mauri Furlan (2001) também aponta para o fato de que
“a tradutologia ainda está se articulando para a constituição de uma história do
pensamento sobre a tradução” (p. 11). Por sua vez, a história da autotradução — a
tradução de um texto pelo próprio autor — é praticamente inexistente. Sobre a
autotradução, Jan Walsh Hokenson e Marcella Munson afirmam que “os autotradutores
foram ignorados pela história da literatura e pela teoria da tradução por longo tempo”
(2007: 1). Neste artigo pretendemos contribuir para a construção de um registro de
fatos, apresentando características de dois casos de autotradução ainda pouco
conhecidos por pesquisadores do tema: o caso do escritor sul-africano André Brink
(Ehrlich, 2007) e o do brasileiro João Ubaldo Ribeiro (Antunes, 2009). Destacamos que
não é nosso objetivo aqui comparar estratégias e técnicas usadas pelos dois
autotradutores. Reconhecemos que uma historiografia das práticas utilizadas por autores
que traduziram (ou que traduzem) as próprias obras é necessária, mas está fora do
escopo deste trabalho, que se preocupa, inicialmente, com a descoberta e descrição mais
geral de casos ainda pouco conhecidos.