Nos últimos anos, o termo “sociedade do conhecimento” (ou “sociedade da informação”) tem sido empregado em diversos contextos e setores da sociedade para indicar o progresso intelectual e a sua rápida disseminação, bem como uma pretensa e aparente universalização do conhecimento na sociedade. Este artigo explora o contexto histórico do surgimento do termo sociedade do conhecimento analisando-o como ideologia e aponta algumas de suas implicações para o contexto educacional e para o discurso pedagógico. Apresentam-se os seguintes argumentos: a) o conceito de sociedade do conhecimento necessita ser aprofundado em termos de suas contradições, limitações e implicações; b) a análise desse conceito precisa tomar como ponto de partida o questionamento dos padrões de acesso ao conhecimento e à informação e ainda os limites da generalização desse conceito para diferentes contextos sociais; c) apesar de o conceito de sociedade do conhecimento ter sido produzido e apropriado pelas forças do desenvolvimento capitalista, a universalização do acesso às informações e aos conhecimentos científicos e tecnológicos possibilitaria uma interpretação positiva desse conceito, uma vez que nessas condições a chamada sociedade do conhecimento, diferentemente de seu papel no contexto atual, estaria a serviço do processo de emancipação humana. A concretização de uma legítima sociedade do conhecimento é possível na medida em que um novo padrão de acesso e igualdade integral e substantiva seja atingido, o que impõe desafios para a intervenção prática para a superação do antagonismo de classe.