O presente trabalho aborda a criação de dois internatos para meninos e meninas indígenas por missionários capuchinhos da Ordem da Lombardia, no Núcleo Colonial Indígena do Maracanã/Colônia do Prata (1898-1921), com o apoio político e financeiro do governo do Pará. A política indigenista do governo local e a política missionária dos capuchinhos são analisadas nos seus desdobramentos educacionais, bem como as intervenções das famílias indígenas na criação da Colônia. Compreendemos a Colônia como um grande projeto pedagógico, articulado a partir de diferentes instituições educativas e da organização da vida cotidiana: igreja, casas, oficinas, roçados, internatos e escolas primárias. A pesquisa é orientada pela perspectiva da inserção do índio na história como sujeito ativo nas relações de contato, a partir das contribuições de autores que vêm aproximando a história e a antropologia. As fontes são constituídas por relatórios oficiais, artigos de jornais e obras dos capuchinhos. O trabalho encaminha conclusões no sentido de alargar a compreensão histórica sobre práticas e sujeitos plurais da ação educativa na sociedade brasileira, reivindicando o aprofundamento desta temática na pesquisa em História da Educação.