Este trabalho apresenta uma reflexão em torno do tema do currículo como dispositivo de regulação e se inscreve em um conjunto de investigações sobre práticas de governo desenvolvidas nos últimos anos. Nossa concepção de currículo inclui todas as formas de organização do espaço, do tempo, dos conhecimentos, das verdades e das práticas no interior do universo da escola e suas adjacências. Se o ensino, em sua raiz, diz respeito aos modos de condução, entendemos a escola como uma importante agência de técnicas e procedimentos de sujeição, assujeitamento e subjetivação. Assim, o currículo aparece como dispositivo de governo, impregnado de conhecimentos e verdades sustentadas por diferenças e reforçadas por práticas que apóiam a hegemonia de certos saberes em detrimento de outros. Nesse sentido, investigamos a curricularização de medidas de prevenção e controle da Gripe H1N1, em escolas do Rio Grande do Sul. Observando como se transitou dos casos ao risco, ao perigo e à crise, analisamos o currículo como uma espécie de manual de governança coletiva.