O artigo busca desvelar os modelos subjacentes às propostas curriculares no Brasil, de modo a contribuir com o esclarecimento das contradições que os sistemas públicos de educação têm vivenciado. A organização e o desenvolvimento do mundo ocidental em Estados Nacionais foram, e continuam sendo, determinantes nas opções educativas escolares. São apresentados dois modelos – o de tradição republicana e o de extração liberal - que convivem não harmonicamente na escola brasileira. As propostas curriculares no Brasil estão híbridas e requerem um olhar atento, além de uma ação que não perca de vista conquistas históricas relativas à escolarização, que incluem a consideração de dois princípios e um objetivo fundamental: ter uma base nacional comum no currículo brasileiro, valorizar os sujeitos envolvidos no processo curricular e não perder de vista e ampliar o direito à educação escolar. O artigo propõe a compreensão do currículo como um instrumento social de responsabilidade coletiva, que supõe a participação de cada um e visa: à autonomia do indivíduo em comunidade; à preparação para viver e (re)criar a vida com dignidade; e à construção permanente de uma escola que valorize o conhecimento, que seja um espaço de convívio democrático e solidário e que prepare para a inserção na vida social pelo trabalho.