Alguns discursos têm produzido o corpo-menino como um corpo naturalmente apto a funcionar ativamente. Analisamos, neste artigo, a produção cultural desse corpo ativo para quem é considerado do sexo masculino, em um currículo escolar. O trabalho resulta de uma pesquisa desenvolvida junto a uma turma de quarto ano do ensino fundamental. Essa pesquisa foi realizada em uma escola pública de Belo Horizonte, com os objetivos de observar e analisar a constituição generificada de corpos e posições de sujeito meninos-alunos em um currículo escolar dos anos iniciais do ensino fundamental. Ela teve como base teórica os estudos culturais, os estudos queer e se desenvolveu por meio de uma metodologia que combinou procedimentos etnográficos de coleta de informações e análise queer das informações coletadas. As análises realizadas mostram que normas de gênero atuam, no currículo pesquisado, de modo a produzir cultural e discursivamente corpos masculinos ativos em oposição à produção de corpos femininos passivos e tranquilos – aqueles/as que são posicionados como meninas-alunas, como meninos-alunos-bichinhas e também como meninos-alunos-mulherzinhas.