摘要:Um dos temas que tem se mostrado bastante controverso no âmbito das ciências humanas e sociais é a questão regional. Não apenas pela permanente dificuldade em definir o que seja região - conceito polissêmico que remete, necessariamente, a recortes espaciais e territoriais - mas, especialmente, pelos seus usos políticos cuja utilização, por razões óbvias, é privilégio do Estado no domínio do planejamento e da organização econômica do território. Talvez seja exatamente por esse último aspecto que a questão regional tem tido nos últimos anos tão pouco espaço nas “agendas” acadêmicas das nossas graduações e pós-graduações, especialmente nordestinas e, por extensão, nas revistas e nos encontros científicos, de História, disciplina que, pelo menos até os anos 1980, teve na questão regional um dos seus temas-chave. Isso se deve, em grande medida, ao amplo afastamento das ciências humanas e sociais, e da história, em particular, não só dos grandes temas da Economia Política, mas de todo e qualquer objeto que possa ser identificado com uma noção global de história. Isso, mais do que qualquer outro aspecto, é expressão da avassaladora hegemonia acadêmica pós-modernista e do desdém dessa corrente - seja por puro preconceito seja por ignorância mesmo - a temas que, no caso da História, vem se tornando inexplicavelmente, domínio exclusivo da história econômica. Esta parece que se torna cada vez mais um campo à parte sem lugar na “História”.