摘要:Os maracatus-nação fazem um enorme sucesso no cenário cultural da cidade do Recife na atualidade. Quem quer que passeie pelas centenárias ruas do bairro do Recife num domingo ao entardecer fatalmente encontrará grupos de jovens pelas esquinas tocando “afaias” (bombos), e muitos grupos culturais incorporaram às suas apresentações a batida do maracatu ou seu jeito de dançar. No carnaval, desde 2002, aos grupos de maracatu sob a regência do músico Nana de Vasconcelos incumbiu-se de promover o espetáculo de abertura oficial do carnaval da cidade, e durante o reinado de momo qualquer brincante pode encontrar pelas ruas diversos grupos de maracatu fazendo apresentações junto aos blocos e troças. Guy Debord atentou que o espetáculo apresenta-se como instrumento de unificação, ao mesmo tempo em que está em toda parte. As críticas tecidas à organização do espetáculo regido por Nana Vasconcelos para a abertura do carnaval, observandose que a reunião de diversas nações de maracatu sob uma única batuta e sonoridade retirava-lhes a autonomia e tendia a homogeneizar a batida do maracatu sem se atentar para a diversidade e singularidade musical de cada grupo, caminham no mesmo sentido das críticas de Debord3. Esse movimento de banalização que transformou os maracatus em “moda” homogeneíza os diversos sentidos de seu fazer. Uma nação tem fortes vínculos com uma comunidade de afro-descendentes, relações identitárias com suas religiões e vincula-se fortemente a um sentido de tradição.