摘要:A expressão ”Acervos Pessoais” poderia ser definida como o conjunto dos documentos produzidos e/ ou pertencentes a uma pessoa, um indivíduo, resultado de uma atividade profissional ou cultural específica. Distinguem-se os acervos pessoais dos arquivos privados, que podem revelar uma instituição, e, também, dos acervos familiares, que supõem, geralmente, uma transmissão entre várias gerações. O alcance cronológico dos acervos pessoais não ultrapassa a vida do indivíduo que o constituiu: Eu penso, por exemplo, nos arquivos dos cientistas, dos artistas. A leitura destes acervos pessoais remete o historiador ao nível microssocial. Por exemplo, tomemos o caso do diário íntimo, esta «meteorologia interior», segundo a definição dada por Henri-Frédéric Amiel (1821-1881). Sua leitura nos permite ter um acesso privilegiado à sensibilidade de um período, para entender de forma mais aguda como se articula uma vida pessoal com os acontecimentos mais gerais, como um indivíduo reage, antecipa ou encontra um descaminho para escapar de uma realidade difícil. A partir daí, é a compreensão da articulação entre os níveis micro e macro que está em jogo, entre o singular e o geral. Poderíamos dizer a mesma coisa das cartas. É só ver, hoje, o número de publicações relativas às correspondências entre cientistas, poetas. E é justamente este aspecto que me permite fazer a transição com a questão da memória coletiva.3