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  • 标题:Será muito pedir-te a lua? (Nota explicativa)
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  • 作者:Maria Luísa Malato Borralho
  • 期刊名称:E-topia : Revista Electrónica de Estudos sobre a Utopia
  • 电子版ISSN:1645-958X
  • 出版年度:2004
  • 期号:02
  • 出版社:Universidade do Porto
  • 摘要:Ah, Frei João sem Cuidados, destruído o mundo de Ptolomeu, mais a Lua nos pesa no pensamento! No Ícaro Menipo, de Luciano de Samosata, poeta do século II, já Ptolomeu era indigno, quando observado da Lua. No século XVII, quando irremediavelmente perdemos o centro do Universo, ganhámos a hipótese de nós, Terrestres, não estarmos mais sozinhos: Luanos, Marcianos, Venusianos... Antes do século XX, das viagens de Emilio Salgari, de Júlio Verne, de H. G. Wells, antes ainda do homem que Edgar Alan Poe colocou na Lua, já o século XVII a vê muito habitada. Somnium, de Kepler, em 1634, faz da Lua o sonho de um astrónomo. Cyrano de Bergerac, em 1657, na História Cómica dos Estados e Impérios da Lua, imagina nela, em certa medida, um reino da Poesia em que o dinheiro foi substituído por poemas e os habitantes falam através da Música ou da Dança. É na Lua que a sua personagem encontra o luso-espanhol Domingo Gonzales que por lá tinha ficado, produto da ficção de Francis Godwin, O Homem na Lua (1638). A Lua é um espelho, reflecte a imagem que lhe damos. Durante o século XVIII, a viagem à Lua será cada vez mais um pretexto para utopias tecnológicas, fascinadas pelos progressos científicos. A 5 e 8 de Agosto de 1709, sob o signo do Sol, Bartolomeu de Gusmão apresenta à Corte a sua Passarola: voa, mas incendeia-se facilmente. No mês de Junho de 1783, os irmãos Montgolfier, filhos de um industrial de papel, lançam-se com êxito num balão de seda. Num domingo, no mesmo dia da semana em que um homem teria colhia a lenha que lhe valeria a prisão na Lua, subiria Lunardi, num Balão aerostático, os céus de Lisboa. Bocage vê-o chegar, a 24 de Agosto de 1794, ao Templo da Mémória e canta-o, “Lá, onde a feia inveja desgrelhada/ Ao mérito não move horrível guerra,/ Nem sobre chusma inerte e desprezada/ Cospe o veneno, as víboras aferra./ Lá, na ditosa e lúcida morada,/ Defesa dos vícios de que abunda a Terra”. Como foi Lunardi buscar o nome ao que visava?
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