摘要:Na última década surgiram estudos inovadores a respeito da “cultura política” na sociedade colonial. Tal perspectiva consiste em procurar elaborar uma história política fora dos marcos das análises factuais e institucionais, quase sempre comprometidas com a reprodução da auto-imagem dos grupos dominantes. De acordo com a nova abordagem, o conteúdo tradicional cede lugar à investigação das representações sociais e de suas conexões com as práticas sociais, priorizando a problemática do simbólico.1 O livro de Adriana Romeiro é um desses casos. A autora analisa o percurso de Pedro de Rates Henequim, português, que, como milhares de seus conterrâneos, tentou a sorte em Minas Gerais nas primeiras décadas do século XVIII. Retornando à terra natal, Henequim vê-se às voltas com graves acusações feitas pelo Santo Ofício, vindo a morrer em auto-de-fé de 1744, sob a acusação de ser heresiarca.