摘要:“Bode: [De or. incerta.] S. m. Bras. Gír. Estado depressivo, ou de sonolência, provocado por droga, ou não. Situação embaraçosa, difícil, complicada ou deprimente”1. Dentre várias definições constantes no dicionário Aurélio para a palavra “bode”, estas em especial servirão como ponto de partida para a exposição que pretendo empreender sobre o personagem Francisco Orelana, integrante do grupo do Alto da Caatinga, quadrinhos produzidos por Henfil nos anos 1970 e publicados diariamente no Jornal do Brasil e mensalmente na revista Fradim. Ambas servem para designar o estado, de coisas e de espírito, em que estava submersa a intelectualidade brasileira no momento em que este personagem foi criado, no limiar da década de 1970. Um período em que a repressão, agora com o respaldo forense dado pelo AI-5, atingiu a maturidade e recaiu de forma incisiva sobre a ambiência cultural comprometendo gravemente tanto a produção no campo das artes como no acadêmico.