摘要:O estudo dos setores excluídos tem sido composto predominantemente de reflexões acerca dos mecanismos de repressão e exclusão sociais por parte do Estado e do mercado, bem como das alternativas de resistência a tais mecanismos. Para tal, as contribuições da Historiografia Social Inglesa foram vastas, sobretudo quando, após a década de 1960, seu encontro com a Antropologia permitiu o nascimento da História Social da Cultura na qual destacaram-se as clássicas contribuições de E.P. Thompson em suas pesquisas sobre o processo de formação da classe trabalhadora inglesa. Tendo tal classe sido formada após 1830, conforme assevera Thompson,1 ou entre as décadas de 1880 e 1890, como expressou a contraposição de Hobsbawm a ele,2 o que se destaca nas análises produzidas foi a preocupação com a interferência de fatores extra-econômicos no processo de formação de uma consciência de classe, para a qual foram fundamentais as dissidências religiosas, as festividades populares, os rituais e símbolos compartilhados pelos trabalhadores, as experiências prévias de associativismo, entre outros.