摘要:Historiadoras/es que não se dedicam aos estudos de gênero têm incorporado essa categoria em sua escrita da história e nas suas reflexões. Alguns exemplos na historiografia brasileira podem ser citados: Sidney Chalhoub, em Machado de Assis: historiador;2 Angela de Castro Gomes, no prólogo do livro Escrita de si, escrita da história.3 O mais comum, entretanto, é apenas incluir a categoria “mulher”. Outros, porém, apesar de trazerem contribuições importantes para a historiografia, não se beneficiam das possibilidades que a categoria “gênero” pode oferecer para as reflexões do que pesquisam. E não se trata, em absoluto, de falta de fontes; quem trabalha com memória e relatos orais, por exemplo, sabe que as mulheres são as principais depoentes. Trata-se de um dado demográfico e, ao mesmo tempo, uma questão de gênero.4 Sabemos, também, que os acervos que permitem a pesquisa das grandes figuras do mundo público foram guardados, principalmente, pelas esposas, filhas, netas. Elas têm sido as guardiãs da memória. Mesmo assim, algumas pessoas parecem achar que as categorias “gênero” ou “mulheres”, “mulher”, “masculinidades”, “feminilidades”, em nada contribuem para o conhecimento que constroem.