Em 1948 o filósofo francês Maurice Merleau-Ponty reúne no volume intitulado Sens et non-sens[1] os principais artigos escritos nos anos precedentes, organizando-os em três secções que intitula respectivamente “Obras,” “Ideias,” “Políticas.”
Nos quatro textos que compõem a primeira secção, publicados em revista entre 1945 e 1947, o autor sublinha a profunda convergência entre certas experiências artísticas (a pintura em Le doute de Cézanne, o cinema no ensaio dedicado ao tema, a literatura em Le doman et la métaphysique, que comenta A Convidada de Simone de Beauvoir, e em Un auteur scandaleux, escrito em defesa de Sartre), e aquela que ele designa preferencialmente por “nova psicologia” — e que tende a identificar na psicologia da forma — e a filosofia contemporânea.
Merleau-Ponty observa concretizar-se esta convergência em particular no que se refere aos temas da nossa relação com o mundo e da nossa relação com os outros.