标题:Terremoto Fóssil Evidenciado pela Brecha Tectônica Silicificada da Área de Cabo Frio, RJ, e sua Relação com a Gênese do Movimento Intermitente da Falha e o Hidrotermalismo Amagmático Associado
其他标题:Fossil Earthquake Evidenced by The Silicified Tectonic Breccia of the Cabo Frio Area, State of Rio de Janeiro, Brazil, and its Bearings on the Genesis of Stick-Slip Fault Movement and the Associated Amagmatic Hydrothermalism
摘要:Este trabalho apresenta o estado atual das pesquisas geológicas e petrográficas da brecha tectônica silicificada na área de Cabo Frio, RJ. A partir dos resultados, os autores propõem um modelo para o mecanismo de deslocamentos intermitentes das falhas. As zonas de brecha tectônica têm largura de 50 cm a 20 m e direção geral de NE-SW. Essas são cortadas por diques máficos do Eocretáceo. Os clastos são angulosos e caracterizados pela textura de auto- brechação. A matriz é consolidada firmemente pela silicificação com disseminação de hematita, carbonatos e sericita. As zonas de brecha são distribuídas aleatoriamente em uma ampla área do Estado. Esta observação indica que a silicificação não está relacionada aos magmatismos locais de intrusões alcalinas do Cretáceo ao Eocenozóico. Uma idéia alternativa é o hidrotermalismo originado do gradiente geotérmico. De acordo com o gradiente geotérmico normal da região continental, de 25 a 30°C/km, a temperatura atribuída à faixa de profundidade de 6 a 8 km é de 180 a 220°C. Nesta condição, o H2O presente aí comporta como líquido hidrotermal. Este tipo de hidrotermalismo, sem participação de magmas, é denominado hidrotermalismo amagmático. Quando ocorreu o terremoto, formou-se uma zona de cataclase. A água da superfície que infiltrou ao longo dessa e chegou a profundidade de 6 a 8 km transformou- se em líquido hidrotermal amagmático. Conforme os reajustes de esforços e a conseqüente acomodação dos blocos rochosos crustais, o líquido hidrotermal foi pressionado e foi forçado a subir ao longo da zona de cataclase. Durante a ascensão e resfriamento do líquido hidrotermal, ocorreu a silicificação e consolidação da zona de cataclase. As brechas tectônicas silicificadas observadas na área estudada podem representar este fenômeno que ocorreu no tempo geológico. Através da silicificação e consolidação hidrotermal, o plano de falha transformou-se de uma zona de fraqueza em uma zona de rigidez mecânica, o que possibilitou a acumulação da energia tectônica na forma de deformação elástica. Isto é, durante e logo após o terremoto, o plano da falha foi uma zona de debilidade, entretanto durante o período entre terremotos, foi uma zona de alta rigidez. Os clastos desta brecha são constituídos por rocha cataclástica silicificada. Esta observação indica que o rompimento do plano de falha e sua consolidação hidrotermal ocorreram repetidamente, o que implica terremotos repetidos ao longo da mesma falha. Os autores propõem este processo como um mecanismo adicional para o movimento intermitente de falhas. O hidrotermalismo amagmático pode ser uma representação geológica da asperidade. Essa é um conceito sismológico que corresponde à localidade específica no plano de falha em que ocorre estagnação do movimento possibilitando a acumulação da energia tectônica na forma de deformação elástica. O terremoto novo ocorre através do rompimento da asperidade.
其他摘要:This paper shows present the present state of the geologic and petrographic studies of the silicified tectonic breccia in the Cabo Frio area, State of Rio de Janeiro, Brazil. Based on the results, the authors propose a model for the stick-slip fault displacement. The tectonic breccia zones are 50 cm to 20 m wide and of NE-SW general strike. They are cut by early Cretaceous mafic dykes. The clasts are angular and characterized by auto-brecciation texture. The matrix is firmly consolidated by the silicification with the dissemination of hematite, carbonates, and sericite. The breccia zones are distributed randomly in a wade area of the State of Rio de Janeiro. This observation affirms that the silicification cannot be related to the local magmatism of Cretaceous to early Cenozoic alkaline intrusions. An alternative idea is the hydrothermalism originated form geothermal gradient. According to the normal continental geothermal gradient, of 25 to 30°C/km, the temperature attributed to the depth from 6 to 8 km is 180 to 220°C. In this condition, the H2O present there behaves as hydrothermal liquid. This type of hydrothermalism, without participation of magmas, is called amagmatic hydrothermalism. When a earthquake occurs, a cataclastic zone is formed. The surface water migrated down through it and arrived at the depth of 6 to 8 km transforms into amagmatic hydrothermal liquid. According to the stress adjustment and consequent accommodation of the crustal rock blocks, the hydrothermal liquid is compressed and forced to rise up along the cataclastic zone. During the ascension and cooling of the hydrothermal liquid, the cataclastic zone is silicified and consolidated. The silicified tectonic breccia observed in the studied area can represent this phenomenon which took place in the geologic time. By means of the silicification and consolidation, the fault plane transforms form a weak zone into a mechanically firm zone. This transformation enables the accumulation of tectonic energy in form of elastic deformation. That is, during and just after the earthquake, the fault plane is a weak zone. However, in the period between earthquakes it is a firm zone. The clasts of the fault breccia are composed of silicified cataclastic rock. This observation indicates that the fault plane rupture and its hydrothermal consolidation took place repeatedly, which implies repeated earthquakes along the same fault. The authors propose this process as an additional mechanism for stick-slip movement of the faults. The amagmatic hydrothermalism can be a geologic representation of asperity. It is a seismologic conception that corresponds to the specific locality on the fault plane in which the fault movement is stagnated and tectonic energy is accumulated in form of elastic deformation. A new earthquake occurs by means of asperity rupture.