Neste artigo, discutimos a dinâmica de debate e realização de projetos de Reforma do Ensino Médio, com foco na proposta para o Ensino Médio Integrado (EMI), em desenvolvimento em uma escola pública na cidade de Mossoró/RN. Objetivamos analisar, por meio de depoimentos de alguns dos envolvidos nesse processo, como as políticas são construídas, ressignificadas e recontextualizadas neste contexto específico da prática (Ball). Utilizamos como referência a abordagem do ciclo de políticas de Ball e Bowe, como discutida por Lopes, Lopes e Macedo, Mainardes, Ball e Mainardes. Entendemos as políticas educacionais como produções de significações curriculares desenvolvidas em múltiplos contextos, rompendo com a polarização entre política e prática, buscando superar a compreensão da escola como implementadora da política. Identificamos processos de ressignificação, em um ambiente de mobilização, adaptações, negociações e embates internos, dentro das possibilidades da escola. Tal ressignificação traz à tona o reconhecimento que o professor exerce poder no contexto da prática, ao admitir que dribla as normas e cumpre com sua função de educador dentro das condições ‘reais’ existentes, acreditando preservar a necessidade de aprendizado do aluno e a condição de agente de desenvolvimento de formação da escola.