期刊名称:Doc On-Line : Revista Digital de Cinema Documentário
电子版ISSN:1646-477X
出版年度:2007
期号:03
页码:55-65
出版社:Universidade da Beira Interior, Portugal (UBI) & Universidade Estadual de Campinas, Brasil (UNICAMP)
摘要:Em 1954, Jean Rouch, que à época estudava o sistema de migração na África do Oeste, convida três amigos nigerenses – Lam, Illo e Damouré – para empreenderem uma excursão até a Costa do Ouro (Gold Coast, hoje Gana), a exemplo do que faziam milhares de jovens durante os meses de seca. Rouch filmou essa experiência, misturando documentário com ficção, e introduziu um elemento completamente novo nas relações do cineasta com os sujeitos observados do documentário etnográfico. Com efeito, se até então esses sujeitos se submetiam ao olhar da câmera e eram instados a mostrarlhe aspectos de sua realidade da maneira a mais natural possível, em Jaguar, filme resultante da experiência mencionada, Rouch mostra sujeitos que são construídos ao longo do registro fílmico e que agem sobre uma realidade ela própria também construída. Com isso, procurava a “verdade provocada”, expressão por ele utilizada para definir o procedimento através do qual a liberdade que dava aos personagens para criar ou se criarem poderia levar à verdade do filme. O objetivo deste artigo é fazer uma breve reflexão sobre esse procedimento e os seus desdobramentos no documentário contemporâneo.
其他摘要:In 1954, Jean Rouch, who at the time was studying the migration system in West Africa, invited three Nigerian friends - Lam, Illo and Damouré - to undertake an excursion up to the Gold Cost (presently Gana) the same way as thousand of young men did during the drought months. Rouch filmed that experience, mixing documentary with fiction, thereby introducing a whole new element in the relation movie maker/observed citizens. In fact, until then these subjects were under the gaze of the camera and urged to show aspects of their reality in the most natural possible way. In contrast, in Jaguar, the film resulting from the afore mentioned experience, Rouch shows subjects who constructed themselves through the fílmic record and act upon a likewise constructed reality. In this way, he sought an "induced-truth", an expression he used to define the procedure through which the freedom he gave to the characters to create or to create themselves could lead to the truth of the film. The aim of this article is to reflect on this procedure and its unfolding in the field of contemporary documentary.